As sombras não são exclusivas de alguns, elas pertencem à todos. Em todos nós existe um algo de sinistro, maldoso, malicioso... talvez a diferença entre toxicidade e não toxicidade seja a capacidade maior de empatia.
Este artigo não tem a intenção de constranger, fazer campanha ou "mom shaming". A sua proposta é ser uma ferramenta para o auto conhecimento e pontapé para possíveis soluções de conflitos internos e interpessoais.
Uma mãe tóxica é aquele que causa prejuízos emocionais, psicológicos ou até mesmo físicos aos seus filhos. Levando em consideração alguns diagnósticos psiquiátricos, apresento algumas características que podem ajudar a identificar alguns traços maternos molestos para que o leitor possa ter um vocabulário maior sobre o que ele mesmo vive e assim ir em busca de ajuda.
A Mãe Narcisista
Partimos do principio que a maternagem é algo fundamental para a sobrevivência de um bebê: nutrição alimentar e emocional, disponibilidade física e emocional, altruísmo, capacidade de construir um ambiente seguro, etc... A mãe narcisista não consegue realizar tias feitos.
Há dois tipos de vivências maternais com uma mãe narcisista: uma tende a ser mais opressiva, o filho tem a sensação de ser engolido ou então envolvido; e a outra tende a ser mais indiferente onde as necessidades dos filhos não são vistas ou nem existem para a mãe.
As principais características desta mãe costuma ser uma necessidade de admiração, falta de empatia e arrogância. Seguem mais características:
Auto importância grandiosa, seja como líder ou como vítima.
Preocupada com fantasias de sucesso, beleza, amor ideal, etc.
Elas acreditam ser especiais e só podem ser entendidas por outras pessoas especiais, bem sucedidas, talentosas e dotadas.
Elas requerem do filho uma admiração excessiva.
Tem expectativas irreais de como devem ser tratadas.
Aproveitadoras, exploradoras nas relações interpessoais.
Ausência de responsabilização pelos seus atos e necessidade dos outros.
Comportamento arrogante.
O filho de uma mãe narcisista pode crescer com baixa autoestima e sentir-se sempre insuficiente, buscando constantemente a aprovação dos outros. Além disso, ele pode desenvolver problemas de relacionamento, evitando se envolver emocionalmente com outras pessoas ou então tendo grandes expectativas de ser entendido, vistos e acolhidos como são.
A Mãe Psicótica
Uma mãe psicótica apresenta distúrbios da percepção da realidade, como alucinações e delírios, o que pode levá-la a comportamentos irracionais, crenças bizarras ou incomuns e sofrimento psíquico.
O filho de uma mãe psicótica pode crescer com um sistema de valores um tanto desordenado, sua capacidade de vinculação com as outras pessoas pode ser difícil, por vezes não conseguindo construir e manter relações sejam quais forem.
Uma forma de psicose que uma mãe pode experimentar é a pós parto. A psicose pós-parto é um transtorno psiquiátrico grave, essa condição é caracterizada por um estado de confusão mental, pensamentos desorganizados e irrealistas, alucinações e delírios.
As mulheres que desenvolvem psicose pós-parto também podem apresentar comportamento desorganizado e desinibido, agitação, insônia e sentimentos extremos de ansiedade ou medo.
Os delírios são um dos sintomas mais comuns da psicose pós-parto. Esses pensamentos irreais podem levar a mãe a acreditar que ela é uma pessoa má, que seu bebê é malévolo ou até mesmo que o bebê não é seu.
A mãe pode agir de maneira imprudente ou fazer escolhas arriscadas que não são típicas do seu comportamento normal. Isso pode incluir comportamentos sexuais inapropriados ou tentativas de prejudicar a si mesma ou ao bebê.
A Mãe Borderline
A mãe borderline costuma ter instabilidade emocional, relacionamentos conturbados, sempre alternando entre comportamentos e sentimentos de amor e ódio.
As emoções dessa mãe são sempre muito intensas. Além disso ela circula entre mundos, entre a loucura e a realidade, entre o delírio e o racional.
O filho de uma mãe borderline pode crescer sem saber como lidar com as próprias emoções, pois elas poderiam ser vistas como indesejáveis ou até um ataque à mãe.
Desse modo acaba tendo tendo dificuldades para estabelecer relacionamentos saudáveis e para gerenciar suas próprias emoções.
Os afetos que recebeu da mãe podem ser verdadeiros enigmas, e a sensação que o filho tem é de não saber ao certo se a mãe o ama ou o odeia.
Conclusão
O impacto de uma mãe tóxica na vida de seu filho pode ser profundo e duradouro, influenciando em sua saúde emocional e relacionamentos futuros. É importante reconhecer os sinais de mães tóxicas e buscar ajuda para superar os efeitos negativos desta influência. A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar as pessoas a compreender e superar os problemas relacionados à figura materna tóxica.
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