Ser. Parece ser apenas uma palavra de três letras, mas carrega um significado profundo. Idealmente, ser é existir. Ser é ser quem você é, com autenticidade, com suficiente segurança e paz.
Esta talvez seja a busca mais sublime da espécie humana: viver a sua verdade. E ainda assim, geração após geração, nos deparamos com a condição de não existência, de ser quem nós não somos, de sermos inautênticos, tudo em troca de um pouco de segurança e paz. Ser ou não ser? Eis a questão.
Por mais difundido que o ser LGBTQ+ seja na sociedade atual, ainda é difícil o ser. Os nomes carregam significações que podem infectar aqueles que o proferem e até mesmo aqueles que carregam o nome.
Por ser gay, queer, trans, etc., a impressão é que há de se fazer um esforço a mais para poder ser. Nós não somos como os animais, os rios e as florestas que simplesmente são. A dádiva da consciência humana não vem sem algumas dificuldades.
A cada momento histórico, época, era.. um modo de ser é estabelecido de forma coletiva. E se existe uma tese, sempre haverá uma antítese. Hoje vemos que se existe a letra A, há de existir o resto do abecedário. Variedade de ser.
Ser parece uma luta diária e também algo que nos é inerente.
Na atualidade, ser LGBTQ++ é um aglomerado complexo de sentimentos, pensamentos, saberes e afetos. Ouso dizer que ainda há um autoconceito com vieses negativos na pessoa que se encontra nesta condição de ser. Culpa por ser o que se é.
Cada pessoa LGBTQ++ tem sua própria experiência e história. No entanto, muitas enfrentam sentimentos de medo, isolamento e rejeição.
Desde uma idade jovem, percebem ser diferentes. Ser diferente pode gerar uma qualidade peculiar de existência. Diante do que é diferente as pessoas podem se sentir ameaçadas e assim podem menosprezar, confrontar, diminuir e até aniquilar.
O diferente está a mercê de sofrer com pequenas maldades socialmente aceitas ou até ser considerado criminoso.
A discriminação contra pessoas LGBTQ++ ainda é uma realidade em várias partes do mundo. Muitas sofrem bullying, violência e exclusão social por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
A vivência de desamparo, falta de continência e medo podem levar à problemas psíquicos, incluindo depressão, ansiedade e ideação suicida.
Felizmente, ainda se pode encontrar lugares seguros: comunidade LGBTQ++, amigues e familiares solidários que podem dar força, esperança e um lugar para se pertencer.
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