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TRABALHAR FORA DO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA

Atualizado: 19 de abr. de 2022

Dados da Receita Federal indicam que, apenas no ano de 2018, o número de pessoas que deixaram o Brasil de maneira formal para viver no exterior foi de 22,4 mil. Essa grande procura por novas oportunidades fora do território nacional pode estar relacionada aos mais variados fatores, sobretudo às oportunidades de emprego e de desenvolvimento profissional oferecidas aos brasileiros em outro país.


Todavia, sair do país não se restringe a buscar, exclusivamente, recursos para o desenvolvimento profissional. O interesse em conhecer novas culturas, aprimorar-se em um idioma, sair da zona de conforto ou viver novas experiências pessoais também são grandes motivadores que impulsionam os viajantes.



A vida e o trabalho no exterior em tempos de pandemia, como isso pode afetar o emocional e o psíquico?

Viver em um território diferente, além de todos os benefícios profissionais que costumam chamar a atenção de quem considera a possibilidade de morar no exterior, pode trazer grandes conquistas e desafios relacionados à saúde mental e às emoções.


Lidar com o desconhecido, romper paradigmas, explorar novas possibilidades, conhecer o exótico e permitir recomeços são elementos com os quais todos aqueles que decidem morar fora do país, eventualmente, entrarão em contato. E esse contato, mediado pelo movimento de sair da zona de conforto, é fundamental para o estímulo do autoconhecimento e da autonomia emocional.


Entretanto, mesmo com todas as vantagens de morar e trabalhar no exterior, os desafios para quem decide sair do país também são muitos. A distância dos familiares e amigos, as possíveis mudanças de clima e temperatura, a variação dos hábitos alimentares e a dificuldade para se adaptar a uma nova cultura são questões que representam alguns dos obstáculos enfrentados pelos imigrantes. Obstáculos esses que se agravaram consideravelmente com a chegada do novo coronavírus.


Em 2020, após os casos de COVID-19 tomarem proporções descontroladas, governos de todo o mundo precisaram instituir novas medidas de segurança, incluindo o isolamento social, a interrupção de atividades econômicas não essenciais, a diminuição no número de vôos internos, chegando até o fechamento das fronteiras. Essas ações, criadas como intuito de manter a saúde física da população, acentuaram prejuízos relacionados à saúde mental.


O que já estava longe, espaçou-se ainda mais. O que antes era escolha, tornou-se impedimento. E a vida no exterior, que para muitos era um sonho, tornou-se um pesadelo difícil de superar. Nesse cenário, o brasileiro de alma migrante teve seus planos interrompidos. Com o lockdown e as fronteiras fechadas, tornou-se praticamente impossível começar uma nova vida em outro país, impulsionando muitas pessoas a buscarem também uma recolocação no Brasil.


Ademais, é importante destacar que os impactos psicológicos causados pelo isolamento social não estavam unicamente associados à solidão, saudade da família e das relações interpessoais, mas também aos efeitos gerados no mundo do trabalho, como o aumento dos índices de desemprego, déficits financeiros e o novo home office.



O trabalho e o que a falta dele tem provocado durante a pandemia


A pandemia do novo coronavírus afetou diretamente a vida financeira das pessoas. Muitos perderam o emprego, outros tiveram diminuição na renda, e, ainda, aqueles que viajaram para o exterior em busca de novas oportunidades se depararam com portas fechadas e uma montanha de incertezas.


Como diz o ditado, “o trabalho dignifica o homem”. Logo, sem trabalho não há sobrevivência digna e, consequentemente, pode haver a degradação do autoconceito do indivíduo, uma vez que a vida financeira impacta nas percepções do sujeito em relação a si e no valor que ele acredita ter. Além disso, a falta de trabalho em um mundo predominantemente capitalista está totalmente associada à qualidade de vida e ao equilíbrio emocional de uma pessoa.


Vale lembrar que não apenas a falta de trabalho representa um risco à saúde mental dos indivíduos, como também asadequações que muitos trabalhadores precisaram desenvolver para manter seus empregos e cumprir as exigências emrelação ao distanciamento social. Nesse sentido, o novo normal também provocou sérias crises e desequilíbriospsicológicos relacionados aos âmbitos familiares, conjugais e intrapsíquicos. Durante a pandemia, a ansiedade passou aser uma constante.



Brasileiros que já moram fora, o que fazer?


Em meus atendimentos clínicos, tenho observado que o lockdown fez com que muitos pacientes que já residem fora do Brasil há algum tempo quisessem retornar à terra natal. O isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus fez com que a saudade de casa, dos amigos e dos familiares fosse experienciada com mais urgência.


Além disso, com o lockdown, muitas pessoas tiveram a percepção de que houve uma segregação significativa entreculturas, elevando o sentimento de solidão e potencializando crises de ansiedade.


Para os brasileiros que já residem no exterior, uma sugestão para o enfrentamento desse cenário está relacionada à busca e ao fortalecimento da rede de apoio. Sob essa perspectiva, é necessário que, apesar da distância física necessária para o controle da pandemia, as pessoas se sintam amparadas e acolhidas.


Além disso, tanto para aqueles que vivem no exterior quanto para aqueles que tiveram seu sonho de migrar interrompido, recomenda-se que tenham em mente a finitude deste momento. Esta é uma ocasião atípica, passageira e que, sob muitos aspectos, foge do nosso controle.



Os novos caminhos que surgem


Antes da pandemia, os cinco países que mais costumavam contratar brasileiros eram: Estados Unidos, Canadá, Irlanda,Alemanha e Austrália. Entretanto, dado o cenário da COVID-19 e o aumento da forma de trabalho remoto, muitos países passaram a contratar nômades digitais, ou seja, indivíduos que fazem uso da tecnologia para desempenhar suas funções profissionais sem a necessidade de manter uma base fixa e presencial.


Portanto, se você é uma das pessoas que está buscando a experiência de trabalhar fora do Brasil, conheça alguns dospaíses que passaram a oferecer o visto de trabalho remoto e aproveite essa nova possibilidade!



Dez países que oferecem visto de trabalho remoto


● Barbados

● Bermudas

● Dubai

● Espanha

● Estonia

● Georgia

● Ilhas Cayman

● México

● Portugal

● República Tcheca



Fonte: G1. Cresce número de brasileiros que decidem viver no exterior; países oferecem oportunidades de emprego.Disponível em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/04/03/cresce-numero-de-brasileiros-que-decidem-viver-no-exterior-paises-oferecem-oportunidades-de-emprego.ghtml.

Acesso em: 15 nov. 2020.


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Psicóloga Bruna Lima

CRP 06/130409

Bruna Lima Psicóloga Clínica

Psicblima@gmail.com

+55 11 99411-3832

Bruna Lima é psicóloga clínica com mais de 5 estrelas no Google. Graduou-se em Psicologia pelo Centro Universitário FMU  e tem 10 anos de experiência em psicologia clínica.

Cadastrada E-psi, atende on-line a brasileiros expatriados há 10 anos.

Possui três especializações/certificações em psicanálise pelas instituições:

Bruna também é colunista no AllPopStuff e tem um canal no YouTube.

Com sua sólida formação, Bruna utiliza abordagens psicanalíticas personalizadas para ajudar cada paciente adulto.

Oferece atendimento online e presencial. Entre em contato para agendar.

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